Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
.
Meu limão de amargura
meu punhal a escrever
nós parámos o tempo
não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
.
Este mar não tem cura
este céu não tem ar
nós parámos o vento
não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
.
.
.
Ary dos Santos In: "Com que Voz", 1968
Sem comentários:
Enviar um comentário