Tempo


(…) O tempo é esta fragilidade, este lado mortal que assinala a vida, de forma intrínseca, desde o seu age, mas também o seu jocoso fulgor, a sua permanência e o seu imprevisível futuro. E como tal, ele não é uma negação do existir, muito menos um inimigo a dominar ou abater.
O tempo somos nós, aveludados ou ásperos, firmes ou rugosos, verticais ou curvos, serenos ou tempestivos, novos ou velhos, vivos ou mortos… Por isso, as flores, as pedras, os mares, as aves e a vida se afirmam em cada instante seu, num canto de excelência e festividade, e se libertam, porque nada a ninguém pertence, muito menos alguém é mestre ou dono na sua própria casa. (…)

Exerto de “O Tempo, decadência e prazer” de Henrique Pinto, in revista CAIS nº 111

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